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Projeto que leva alunos da rede pública a museus abre novas inscrições


Derrubar o mito de que cultura é para poucos e apresentar museus do Rio de Janeiro para alunos da rede pública de ensino. Essa foi a missão do projeto Experimente Cultura, que logo em seu ano de lançamento proporcionou, gratuitamente, a primeira experiência cultural para 3.500 jovens. O sucesso da empreitada foi tão grande que as organizadoras, ao comprovarem a existência de uma demanda reprimida, esperam poder ampliar o número de atendidos e de centros culturais visitados em 2019.

Para conseguirem tal feito, a organização do Experimente Cultura precisa contar com mais patrocinadores, que ajudem na iniciativa de democratizar o acesso de crianças e jovens a cultura.

“O Experimente Cultura quer desmistificar que o acesso à cultura é para poucos. Nossa intenção é democratizar e facilitar o acesso, de preferência, daqueles que nunca tiveram oportunidade de ir a um museu. A ideia do projeto nasceu em 2016 e desde então viemos tentando viabilizá-lo. Conseguimos em 2018, com patrocínio do GRUPO ASSIM, mas temos planos de ampliar a iniciativa em 2019, podendo atender a mais crianças e incluindo um número maior de museus visitados. Esperamos que o sucesso deste ano consiga sensibilizar mais patrocinadores”, afirmou a curadora do projeto Renata Prado.

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O site do Experimente Cultura já está recebendo novas inscrições de escolas interessadas em participarem do projeto. Responsáveis, professores ou funcionários podem acessar e solicitar um agendamento.

“Este ano recebemos muitas solicitações e não conseguimos atender a todas. O foco foi em escolas da rede municipal e de atendimento a crianças especiais ou em tratamento de doenças graves. Para 2019, esperamos poder atender a todos os interessados, levando a cultura para ainda mais alunos do Rio de Janeiro”, disse Renata Prado.

Em seu primeiro ano de atuação, o Experimente Cultura levou 3.500 alunos da rede pública de ensino do Rio de Janeiro para sete museus: Museu Histórico da Cidade, Museu Histórico Nacional, Museu Nacional de Belas Artes, Museu de Arte do Rio, Museu do Amanhã, Museu do Meio Ambiente (Jardim Botânico) e no Planetário. E buscou não só proporcionar o primeiro contato dos jovens com centros culturais, mas também tornar habitual a procura por cultura.

“Buscamos atingir não só os alunos, mas também suas famílias, amigos e comunidades. Ao viverem essa experiência pela primeira vez, eles se tornam propagadores da cultura, muitos tendo sido os primeiros a terem a oportunidade de terem estado em um museu, e podem mudar os hábitos dentro de suas casas. Temos certeza que podemos derrubar o mito de que a cultura não está acessível. Além disso, temos a oportunidade de, num momento tão triste da história cultural do Rio de Janeiro, com o recente incêndio do Museu Nacional, valorizar a visitação a espaços culturais e ambientes que transmitam história, arte e cultura em nossa cidade”, explicou Renata Prado.

Sobre a experiência vivida pelas milhares de crianças e jovens, as organizadoras explicam que pretendem manter a metodologia aplicada em 2018, uma vez que fez muito sucesso entre alunos e responsáveis.

“Proporcionamos todo o conforto para os alunos, com transporte adequado e alimentação. Além disso, propusemos uma abordagem lúdica em cada visita. Toda turma teve seu guia, que acompanhou os alunos durante as visitas e ajudou a construir o conhecimento contando histórias e com atividades especificamente preparadas para cada um dos sete destinos. Ao final do passeio, todos os alunos participavam de um quiz cultural, podendo exercitar o que havia aprendido efetivamente. Ainda distribuímos um mapa cultural para que as crianças, após sua experiência, pudessem convidar seus pais a experimentarem também”, encerrou Renata Prado.

Estatísticas alarmantes

O sucesso da primeira edição do Experimente Cultura comprovou que existe uma grande demanda reprimida por cultura no Rio de Janeiro. De acordo com pesquisa recente do Ministério da Cultura, chamada de Cultura nas Capitais, 63% dos cariocas não foram a um Museu sequer no último ano. Pior que isso, 24% nunca foi a um Museu na vida. No Brasil, a média piora: 69% não estiveram em um Museu no último ano e 30% nunca foram na vida.

Entre jovens até 15 anos (público atendido pelo projeto) a estatística piora bastante. Entre os cariocas, nas classes D e E (em grande maioria a dos alunos das escolas atendidas), 69% nunca foi a um Museu. Se o recorte for feito para os últimos 12 meses, a porcentagem aumenta para 85%. Entre os representantes da classe C, 27% nunca foram a um Museu na vida; 67% no último ano. Na classe B, apenas 31% nunca estiveram em um Museu; 54% no último ano. Por fim, na classe A todos os jovens já estiveram em Museus em algum momento da vida.  

Ainda de acordo com a pesquisa, no cenário geral da população carioca, 32% dos que não foram a Museus no último ano alegam falta de tempo. Logo em seguida aparecem os fatores econômicos, apontados por 28%. Entre menores de 15 anos das classes D e E, o fator econômico é determinante: 85% alegam esse motivo para nunca terem ido a um Museu. Em contrapartida, estes mesmos jovens mostram muito interesse de fazê-lo: 86% responderam que têm, sim, muita vontade de conhecer um Museu.

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