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Processo por corrupção de Nicolas Sarkozy é retomado hoje

O processo por corrupção do ex-presidente francês Nicolas Sarkozy será retomado hoje, após o tribunal correcional de Paris ter rejeitado quinta-feira o seu adiamento, por motivos de saúde de um dos coacusados.

Um relatório médico concluiu que o ex-juiz Gilbert Azibert, 73 anos, estava apto a comparecer, mas o tribunal rejeitou o pedido de adiamento e ordenou que comparecesse "em pessoa" hoje, às 13:30 locais (09:00 em Brasília), antes de suspender de novo a audiência.

O julgamento de Sarkozy, acusado de corrupção e tráfico de influências na sequência de um escândalo que envolveu escutas telefônicas, começou há precisamente uma semana no Tribunal Criminal de Paris, mas foi adiado pouco depois.

A decisão do tribunal foi tomada após um pedido dos advogados de um dos réus, o juiz Gilbert Azibert, que alegaram o estado de saúde muito precário do acusado, tendo o presidente do tribunal ordenado um exame médico que, entretanto, foi entregue.

O ex-Presidente, de 65 anos, vai ser julgado em conjunto com o seu advogado Thierry Herzog, também de 65 anos, e Gilbert Azibert, podendo ser condenados a uma pena de prisão de até 10 anos e a uma multa de até um milhão de euros (cerca de 6,5 milhões de reais). Os três acusados negam qualquer irregularidade.

Sarkozy e Herzog são suspeitos de prometer a Azibert um emprego em Mônaco em troca de informações sobre uma investigação ao financiamento ilegal da campanha presidencial de 2007 pela mulher mais rica da França, a herdeira da L'Oreal Liliane Bettencourt.

De acordo com a acusação, Sarkozy e Herzog usaram, em 2014, celulares secretos, registrados sob o pseudônimo "Paul Bismuth", para terem conversas privadas, já que receavam que as conversas estivessem sendo escutadas.

Sarkozy e Herzog explicaram que compraram os telefones para evitar serem alvo de escutas telefônicas ilegais, mas os investigadores suspeitam que o que realmente queriam era evitar ser gravados, até porque as conversas sugeriam que ambos sabiam que os seus telefones oficiais estavam sendo escutados.

Sarkozy argumentou, entretanto, que nunca interveio para ajudar Azibert, que nunca chegou a ir trabalhar para o Mônaco, tendo-se aposentado em 2014.

No entanto, o tribunal considerou que assim que um negócio é oferecido, constitui infração penal, mesmo que as promessas não sejam cumpridas.

O nome de Sarkozy apareceu, durante anos, ligado a várias outras investigações judiciais, com alegações que incluíram financiamento ilegal da sua campanha de 2007 pelo então ditador líbio, Muammar Kadhafi, e que lançaram uma sombra sobre a tentativa de regresso de Sarkozy nas eleições presidenciais de 2017, não tendo sido escolhido como candidato pelo seu partido e acabando por se retirar da política ativa.

Fonte: Noticias ao Minuto

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