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'Posso jogar pelo Brasil ou pela Itália', diz Gabriel Martinelli

Gabriel Martinelli se tornou a sensação do futebol inglês com a camisa do Arsenal. O brasileiro de apenas 18 anos, que até a temporada passada estava no Ituano e foi comprado por 6 milhões de libras (cerca de R$ 30 milhões), fez dez gols em 22 jogos e virou uma das grandes promessas do futebol mundial. O garoto atraiu os holofotes do mundo inteiro principalmente depois de correr 61 metros em 8,4 segundos para marcar um golaço no clássico com o Chelsea, semana passada. Ronaldinho Gaúcho, por exemplo, o comparou a Ronaldo Fenômeno. Após defender o Corinthians nas categorias de base, Martinelli ganhou destaque ao se tornar a revelação do Campeonato Paulista de 2019 pelo time de Itu.

O atacante, porém, ficou pouco tempo no interior paulista e foi para Londres. O Arsenal mantém um desempenho mediano no Campeonato Inglês. O time ocupa a 10ª posição na tabela, dez pontos atrás da zona de classificação para a próxima Liga dos Campeões - Martinelli tem sido a única boa notícia para os "Gunners".

A presença de Martinelli nas próximas convocações da seleção brasileira, no entanto, ainda é uma incógnita. Ele também tem cidadania italiana e, em entrevista ao Estado, revelou que ainda não decidiu qual seleção pretende defender.

Você jogou na base do Corinthians, foi para o Ituano e hoje é conhecido no mundo inteiro. Como é passar por tudo isso?

Quando fiz 6 anos, o meu pai me levou para o Corinthians e não parei mais. Nunca pensei em desistir. Quando você chega aqui, começa a lembrar tudo o que passou. Ir de ônibus para o treino no Corinthians, tudo o que tive de passar com a família. Dou mais valor e sou grato por tudo o que aconteceu. A vida me ensinou. Me dá forças para continuar conquistando mais coisas.

Você é o primeiro jogador com menos de 20 anos a marcar dez gols em uma única temporada pelo Arsenal. Como avalia a sua atual fase?

É difícil pensar que até pouco tempo atrás eu estava jogando no Ituano e agora estou aqui. É muito bom ver essas pessoas falando de mim, mas tenho de focar e continuar trabalhando firme para conquistar coisas ainda maiores. Meu pai e minha mãe conversam bastante comigo e sempre me deixam com os pés no chão.

Você já pensa no seu futuro vestindo a camisa da seleção brasileira?

É claro que penso, mas ainda sou jovem. O meu foco principal agora é o Arsenal. Se for convocado, é consequência.

Cogita jogar pela Itália?

Tenho opção de jogar pelo Brasil ou pela Itália. Não tenho nada definido ainda. Estou fazendo o meu trabalho bem feito aqui no Arsenal. Isso tudo é consequência do bom trabalho que estou fazendo aqui.

A imprensa inglesa publicou que o Arsenal vai triplicar o seu salário para te afastar da concorrência. Você tem propostas de outros clubes?

Ninguém chegou a conversar comigo sobre isso. Estou focado no Arsenal e dando o meu melhor. Pretendo ajudar o Arsenal com mais gols e vitórias.

A torcida do Arsenal criou uma música para você (‘Gabi Martinelli’, no ritmo de Sugar, Sugar, canção da banda britânica The Archies, de 1969). Como é receber esse carinho?

Sou muito grato por tudo que eles fizeram desde quando cheguei ao Arsenal. Sempre mandam muitas mensagens, quando estou no jogo me aplaudem... Alguns vão na porta do CT, tiro foto no estádio, depois do jogo... É uma relação muito boa.

Você também se aproximou do Edu Gaspar, diretor do Arsenal?

Temos bastante contato. Ele é um cara super gente boa, que tenta conversar bastante comigo e dar conselhos. Sempre me deixa com os pés no chão. Pretendo fazer a minha história com essa camisa. Quero retribuir tudo o que os torcedores estão fazendo por mim e dar alegrias com gols e títulos.

Como foi a sua chegada ao Arsenal?

No primeiro dia foi bem interessante. Fiz as fotos no clube e fui almoçar, era uma mesa bem grande. Vieram falar comigo e eu não sabia nem responder. Em seguida, me troquei e fui para a academia. Todos os jogadores estavam lá e pensei: "é um sonho estar aqui do lado de estrelas do futebol".

Você já domina o idioma?

Estou aprendendo. Para falar com os companheiros, a maioria sabe falar espanhol e consigo desenrolar um pouco do inglês. Para dar entrevistas, é mais difícil. Sem dúvida é uma das partes mais difíceis porque nunca tinha feito aulas de inglês.

Como é em relação aos treinos, horários, alimentação?

Minha mãe está aqui e faz a comida que eu gosto. Mas sinto muita falta do restante da minha família e dos amigos. Tenho três irmãs, duas são casadas e uma ainda é pequena, tem 8 anos. Não pôde vir porque está na escola. Sinto falta dela, estava acostumado a vê-la todos os dias, buscar na escola. Mas a gente se fala sempre por telefone.

Fonte: Noticias ao Minuto

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