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Igreja denuncia morte de mais de 80 civis desde início do mês no Congo

A igreja católica na República Democrática do Congo (RDCongo) denunciou hoje o massacre de mais de 80 civis neste mês na cidade de Beni, leste do país, assim como a influência de "tropas estrangeiras" na província vizinha de Kivu-Sul. "Só em novembro, contamos mais de 80 mortos", afirmou a Conferência Episcopal Nacional do Congo (Cenco) num comunicado divulgado hoje, no qual acrescenta: "Sem contar com feridos graves e desaparecidos".

Os massacres são atribuídos ao grupo armado ugandês Forças Democráticas Aliadas (ADF, na sigla inglesa), que desde 2014 matou centenas de pessoas na região.

A Cenco diz ter observado também que "tropas estrangeiras estão alimentando" confrontos em Minembwe, na província de Kivu-Sul.

De acordo com a organização eclesiástica, estas tropas "usam conflitos comunitários para combater em território congolês".

A região de Minembwe é, desde maio, palco de violência entre as comunidades banyamulenge, os pastores congoleses de ascendência ruandesa e de etnia tutsi, e os membros das comunidades congolesas de Bembe, Bafuliro e Bashi.

Nesse sentido, a Cenco apela à "restauração da autoridade do Estado" em Beni e Minembwe.

Na nota, a conferência episcopal felicita o exército da RDCongo e a missão das Nações Unidas no país, a MONUSCO, "pelos seus esforços notáveis na luta contra os inimigos da paz".

Durante o dia de hoje, a Presidência da RDCongo anunciou a realização de operações militares "conjuntas" com a MONUSCO em Beni.

Também esta segunda-feira, um escritório da ONU em Beni foi saqueado e parcialmente incendiado por manifestantes, que também levaram as chamas à sede do município.

Para os peritos, as movimentações das ADF são uma represália face às operações anunciadas pelas chefias militares contra as bases do grupo armado, em 30 de outubro.

O mandato da MONUSCO deverá ser renovado pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas até ao final do ano. A MONUSCO é uma das missões mais caras da ONU, com um orçamento de cerca de mil milhões de euros.

 

Fonte: Noticias ao Minuto

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