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Morre o diplomata Hector Timerman, chanceler de Cristina Kirchner


O diplomata argentino Hector Timerman, 65, que ocupou o cargo de ministro de Relações Exteriores de 2010 durante a gestão de Cristina Kirchner, morreu neste domingo (30) aos 65 anos vítima de um câncer, anunciou sua família nas redes sociais.   

Ele ficou conhecido principalmente por ter participado das negociações para a assinatura de um acordo com o Irã sobre a investigação de um atentando contra um centro judaico em Buenos Aires em 1994.

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A bomba que explodiu no prédio de sete andares onde ficava a sede da AMIA (Associação Mutual Israelita Argentina) deixou 85 mortos e mais de 300 feridos, no maior ato terrorista da história do país.  

Durante anos autoridades argentinas acusam o governo iraniano de estar por trás do ataque, o que Teerã sempre negou. 

Como chanceler, Timerman negociou e assinou em 2013 um acordo com o Irã que criava uma comissão internacional de juristas para investigar o caso.

Para os críticos, porém, o documento era uma forma de garantir que os responsáveis pelo ataque nunca fossem levados à Justiça.

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Essa era a versão defendida pelo promotor responsável pelo caso, Alberto Nisman, que em 2006 acusou formalmente o Irã de ser o mentor intelectual do ato e o grupo libanês Hizbullah de tê-lo executado. 

O promotor chegou a acusar seis pessoas (cinco iranianos e um libanês) pelo atentado e argumentava que o acordo, que transferia a investigação para a comissão internacional de juristas, impedia que seu trabalho fosse concluído. 

Por isso, Nisman acusava Timerman e Cristina de atrapalharem a investigação. Sua tese era que a então presidente aceitou memorando em troca de um acordo comercial com Teerã. 

Mas dias antes de apresentar sua versão ao Congresso em janeiro de 2015, Nisman foi encontrado morto em sua casa, em outro caso que nunca foi esclarecido - a hipótese inicial de suicídio acabou sendo descartada posteriormente. 

Com isso, tanto Cristina quanto Timerman passaram a ser investigados pelo memorando e o ex-chanceler chegou a ser preso no final de 2017 e depois foi colocado em prisão domiciliar. 

Apesar de ter sido aprovado pelo Congresso argentino, a comissão de juristas nunca chegou a ser formada porque o acordo acabou sendo barrado na Justiça.

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Com a notícia da morte de  Timerman, o Ministério das Relações Exteriores argentino expressou suas condolências à família. 

O ex-chanceler brasileiro Celso Amorim também comentou a morte do colega. "Acabo de saber do falecimento do Hector Timerman, com quem mantive intenso contato no período final do Governo Lula e, mesmo como ministro da Defesa da Dilma. É uma grande perda para a Argentina e para a integração sul-americana, já tão abalada", disse ele. Com informações da Folhapress. 

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