'A voz do século' foi 'uma mulher negra no mundo do homem branco'
O Greater Grace Temple, em Detroit, foi o palco de uma homenagem emotiva a Aretha Franklin, que contou com artistas como Stevie Wonder e políticos como Bill Clinton.
“Vamos lá, isto é um serviço da igreja, levantem as vossas vozes”, disse o bispo Charles Ellis III, pedindo aos presentes que cantassem, com a orquestra e o coro por trás. As vozes de Chaka Khan e Ariana Grande juntaram-se à festa e entusiasmaram (ainda mais) a multidão.
O cantor Smokey Robinson cantou alguns versos de ‘Really Gonna Miss You’, enquanto Ariana Grande, num dos momentos mais emotivos da cerimônia, cantou o clássico ‘Natural Woman’.
O antigo presidente prestou homenagem à cantora que morreu no passado dia de 16 anos e classificou-a como “a voz de uma geração, talvez a voz do século”. O democrata não escondeu que era um ‘groupie’ da cantora, e, noutro momento emblemático, tirou o seu smartphone do bolso, apontou o microfone, e ouviu-se ‘Think’.
Os líderes do movimento dos direitos civis Jesse Jackson e Al Sharpton agradeceram a Aretha Franklin pelo seu contributo para a emancipação dos negros, em particular nos anos de 1960. Sharpton subiu ao púlpito, descrevendo a ‘rainha da Soul’ como a banda sonora do movimento, destacando a música ‘Respect’.
“Ela foi uma mulher negra no mundo do homem branco”, disse Sharpton, perante fortes aplausos.
Aretha Franklin morreu no passado dia 16 de agosto, vítima de um câncer no pâncreas. Começou a sua carreira musical em criança, cantando gospel na igreja em que o seu pai, C.L. Franklin, era pastor, conhecido pelos seus sermões hipnóticos.
A voz de Aretha ficará para sempre associado ao movimento pelos direitos civis dos negros, assim como à emancipação da mulher nos Estados Unidos. O legado da voz de ‘Natural Woman’ é eterno.
Nenhum comentário: