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Manifestações prosseguem na Nicarágua pela antecipação de eleições


Milhares de pessoas foram às ruas da Nicarágua, neste sábado (30), para exigir a demissão do presidente Daniel Ortega e pedir justiça pela morte de 20 menores - que estão entre as 220 vítimas da repressão do governo aos manifestantes.

Pelo menos seis pessoas foram feridas quando homens armados dispararam contra militantes na zona Sudoeste de Manágua. A capital está ocupada por um grupo paramilitar, segundo a agência France-Presse.

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A 'Marcha das Flores' é a primeira manifestação em massa após o protesto organizado em 30 de maio, durante a Festa das Mães. Tratou-se de um ato em solidariedade com os pais das crianças e adolescentes mortos nos protestos, e que terminou com violência e um balanço de 18 vítimas.

A Nicarágua registra, desde 18 de abril, uma onda de protestos inédita, centrada na exigência da demissão do presidente Daniel Ortega e da mulher dele, a vice-presidente Rosario Murillo. Os dois são acusados de confiscação do poder e atentados à liberdade. O país está vive uma espiral de violência, com um agravamento dos confrontos de rua entre milícias paramilitares e opositores ao regime de Ortega.

Antigo guerrilheiro de esquerda, que em 1979 derrubou a ditadura de Anastasio Somoza, Ortega, 72 anos, dirige a Nicarágua desde 2007. O terceiro mandato consecutivo dele terminará em janeiro de 2022, mas Ortega continua a recusar a reivindicação da oposição para qur haja antecipação das eleições presidenciais de 2021 para 2019.

O diálogo entre o governo e a Aliança Cidadã para a Justiça e a Democracia, com mediação da Igreja católica, foi retomado na segunda-feira, mas permanece sem avanços. As autoridades denunciam as manifestações e o pedido de demissão de Ortega como uma "tentativa de golpe de Estado" apoiada pelos Estados Unidos.

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