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Presidente do BNDES diz que falta ‘consenso nacional’ para desenvolvimento


O novo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Dyogo Oliveira, afirmou que falta um “consenso nacional” para que o Brasil se transforme na nação que quer ser. Oliveira citou a não aprovação da reforma da Previdência Social como um exemplo da falta de entendimento para um plano de desenvolvimento sustentável de longo prazo. A declaração foi dada durante evento de divulgação do projeto “Desafios da Nação”, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). A cerimônia ocorreu na manhã desta quarta-feira, 11, na entidade.

Oliveira disse que o Brasil perdeu “ao longo das crises” a sua capacidade de planejamento estratégico de longo prazo. “Isso tem reflexos importantes na nossa vida cotidiana”, destacou. O “Desafios da Nação” é um projeto de “desenvolvimento nacional” com propostas que promoverão a elevação da produtividade dos fatores de produção do Brasil.

De acordo com ele, o plano é mais um estudo que acumula uma “massa crítica necessária” para o Brasil ter de volta uma base para o planejamento do país, que partem do ponto de partida das reformas econômicas. O presidente do BNDES apontou que as crises políticas e as fragmentações “demonstram que o país ainda não reestabeleceu um consenso sobre a nação que queremos ser”.

Walter Baere, secretário-executivo adjunto do Ministério do Planejamento, afirmou que é impossível pensar num projeto de desenvolvimento sem a percepção “clara” das estratégias e desafios do país. “E, atualmente, nossos desafios são internos”, destacou. “Olhando para o conjunto de despesas primárias de 2017, 57% das despesas era para previdência e assistência social”, apontou.

Ele destacou ainda que a projeção é de que o volume destes gastos aumente para 59,1% em 2018. Ele ainda disse que 12,5% é para pagamento de pessoal ativo, 7,9% para saúde e 2,4% para educação, o que representa 81,9% de todo as despesas.

“Só esse cenário já nos dá um diagnóstico que precisamos avançar. Hoje o Brasil perde para si mesmo, perdemos o jogo de desenvolvimento em função da ausência desses consensos (de adoção de medidas)”, disse o secretário-executivo adjunto do Planejamento.

O presidente do BNDES apontou também que o Brasil está começando um longo ciclo de crescimento, que pode ser mais intenso caso as reformas sejam aprovadas. Se não ocorrer, ele destacou que o país não terá grande competitividade internacional. “

(O Brasil) será um grande país da América Latina”, disse. “Mas isso nós já somos. O Brasil quer ser um dos melhores países do mundo”, completou.

O presidente do IPEA, Enersto Lozardo, apontou que o “Desafios da Nação” é um projeto que transcende os governos. “Ele difere de muito daquilo que já se fez no Brasil”, afirmou. Lozardo apontou que o objetivo é elevar a produtividade nacional de uma média de crescimento de 0,5% ao ano para 1,5% ao ano.

“O nosso objetivo é triplicar, é baixo ainda em relação aos países emergentes, mas é um avanço”, destacou. “Outro lado importante do projeto é estar vinculado à uma agenda internacional, que é o desenvolvimento sustentável”, alegou.

Lozardo também reforçou a necessidade de reformas. “Sem elas, esse plano não tem a menor significância”, alertou. “As reformas nos criam um ambiente de certeza”, completou.

O primeiro volume do “Desafios da Nação” tem mais de 150 páginas, divididas em 16 capítulos. O segundo volume vai abordar a segurança, “alimentar, social e internacional”, explicou Lozardo.  Também participaram da cerimônia de divulgação o secretário-executivo da Casa Civil, Daniel Sigelmann, e o vice-líder do governo na Câmara, Darcísio Perondi (MDB).

As propostas do “Desafios da Nação” vão subsidiar a elaboração do Plano Plurianual (PPA) e partem da premissa de realização das reformas fiscal, trabalhista, previdenciária e tributária.

Com informações do Jornal Correio Braziliense

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