Influente e polêmico assessor de Boris Johnson deixa o governo
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Dominic Cummings, influente e controverso conselheiro do primeiro-ministro britânico Boris Johnson, vai deixar o governo até meados de dezembro.
Cummings, que deve permanecer no posto até perto do Natal, foi fotografado pela agência de notícias Reuters segurando uma caixa após sair do escritório de Boris Johnson nesta sexta-feira (13).
Antes, o assessor havia negado à BBC estar decidido a sair devido a uma crise política que inclui a renúncia do diretor de comunicação do primeiro-ministro e seu aliado, Lee Cain.
Os "rumores sobre minhas ameaças de demissão são invenções", afirmou, pontuando que sua saída estava prevista desde o começo do ano. "Minha posição não mudou desde meu blog de janeiro", disse, referindo-se a uma postagem na qual anunciou o desejo de se tornar "desnecessário" para o Executivo no final de 2020.
Disputas internas levaram à demissão de Chain na quarta-feira (11), depois que, segundo a imprensa, figuras de peso do Partido Conservador se opuseram à sua nomeação como diretor do gabinete de Boris Johnson.
Para críticos, o episódio representa o fim da influência política de Cummings. Ele foi o ideólogo da campanha vitoriosa pelo brexit, em 2016, e criou tanto o slogan "Take back control" (retomar o controle), usado no referendo, quanto o "Let's get brexit done" (vamos fazer o brexit acontecer, em tradução livre) das eleições nacionais do ano passado.
A crise política, porém, acontece em um momento em que o primeiro-ministro Boris Johnson está sob pressão para reformular sua administração e controlar a pandemia, que vem exercendo grande impacto na economia.
A saída do assessor marca uma significativa mudança no círculo interno do primeiro-ministro, já que Cummings chegou a ser designado por alguns como o "cérebro" de Boris Johnson.
Cummings ganhou a inimizade de membros do Partido Conservador, que o acusavam de tomar as decisões no lugar do primeiro-ministro.
O assessor é visto por aliados e inimigos como um estrategista implacável que pouco se importa com as convenções da política britânica tradicional. Conhecido como Dom por seus amigos, foi descrito pelo ex-primeiro-ministro David Cameron como um "psicopata de carreira".
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