Alphabet, dona do Google, tem primeira queda de receita da história
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Alphabet, dona do Google, registrou nesta quinta-feira (30) a primeira queda de receita de sua história desde a abertura de capital, em 2004. O balanço aponta para US$ 38,3 bilhões (R$ 197,6 bilhões) no segundo trimestre deste ano, recuo de 2% em relação ao mesmo período do ano passado.
O lucro líquido da empresa caiu 30%, de US$ 9,9 bilhões (R$ 51 bilhões) no segundo trimestre de 2019 para US$ 6,9 bilhões (R$ 35,6 bilhões) no segundo trimestre de 2020. O resultado era esperado por analistas e foi influenciado pela queda de preço dos anúncios nos últimos meses.
O balanço financeiro saiu junto ao de outras big techs, como Apple, Amazon e Facebook, que tiveram desempenho acima do esperado no trimestre, o primeiro que agregou todos os meses da pandemia de coronavírus.
A receita, segundo Ruth Porat, diretora financeira da Alphabet, foi impulsionada por uma "melhoria gradual nos negócios de anúncios" e Google Cloud, serviço de nuvem da empresa. "Continuamos a navegar por um ambiente econômico global difícil", afirmou.
O desempenho foi o pior desde seu crescimento de 2,9% durante a recessão de 2009.
Cerca de 66% da receita da Alphabet veio de anúncios do Google e do YouTube, 12% de anúncios vendidos online em propriedades de parceiros, 8% dos negócios em nuvem e 14% da loja de aplicativos móveis.
Os custos e despesas totais da Alphabet aumentaram cerca de 7% em relação ao ano anterior, para US$ 31,9 bilhões no segundo trimestre, em comparação com um salto de 12% no trimestre anterior.
A receita do mecanismo de busca caiu de US$ 23,6 bilhões no segundo trimestre de 2019 para US$ 21,3 bilhões no segundo trimestre de 2020. Já os ganhos com YouTube cresceram 5% na mesma comparação, passando de US$ 3,6 bilhões para US$ 3,8 bilhões.
A receita da nuvem foi de US$ 2,1 bilhões para US$ 3 bilhões na comparação anual de trimestres.Reguladores antitruste de países das Américas, Europa e Ásia estão avaliando se o Google sufocou a concorrência para dominar o setor de buscas online, de softwares para dispositivos móveis e de outras áreas. Alguns órgãos cogitam forçar o desmembramento de parte de suas operações publicitárias.
A empresa divulgou seu balanço um dia depois de Sundar Pichai, presidente da holding e do Google, testemunhar junto a outros executivos no Congresso americano. Na quarta-feira (29), a empresa precisou responder a críticas sobre a dominância de tráfego que seu serviço de busca detém na internet.
Um dos legisladores citou um possível memorando interno que, segundo ele, mostrava funcionários do Google discutindo como outros sites tinham "tráfego demais". Pichai disse que não estava familiarizado com o documento e citou a concorrência nas buscas online, como pesquisas por itens específicos em sites de viagens ou varejo, setor conhecido como busca pesquisa vertical."Quando olhamos para a busca vertical, ela valida a concorrência encontrada", disse Pichai.A empresa também recebeu crítica de republicanos, que a acusaram de abandonar o trabalho conjunto com o Pentágono e de apostar em negócios na China.
Fonte: Noticias ao Minuto
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