Encontrados 40 corpos em decomposição em várias aldeias no Congo
"São pessoas assassinadas em meados de abril. É um massacre sem precedentes que deve ser punido pelas autoridades do país", disse o ativista Tobino Unegi, coordenador da sociedade civil de Zanzibar, uma das aldeias de Mahagi onde 28 dos cadáveres foram encontrados.
As outras aldeias nas quais foram encontradas 12 vítimas mortais são Yagu, Uwu e Jupamandju, de acordo com o mesmo ativista, que alertou para o avançado estado de decomposição de alguns desses corpos e para o risco de doenças, como a cólera.
Segundo Tobino, o massacre foi cometido por milicianos da Cooperativa para o Desenvolvimento do Congo (Codeco), um grupo armado formado pela comunidade Lendu, um dos grupos étnicos da região, e que, nas últimas semanas, aumentou os seus ataques.
Nesta situação de insegurança, "é necessário um comboio militar e uma equipa da Cruz Vermelha para acessar a essas aldeias, registrar todos os corpos e dar-lhes um enterro decente e seguro", sublinhou, aos órgãos de comunicação locais, Jack Thobino, membro da sociedade civil de Mahagi.
O conflito entre lendus e hemas remonta ao final dos anos de 1990, quando as tropas do Uganda presentes na RDC para a Segunda Guerra do Congo (1998-2003) decidiram pôr um hema, que é o grupo minoritário na área, como administrador chefe de Ituri, uma província muito rica em minerais, especialmente ouro.
Desencadeou-se então aquele que ficou conhecido como "conflito de Ituri", que deixou um rasto de 50 mil mortes, segundo estimativas da ONU, e foi comparado ao genocídio no Ruanda, em 1994, resultante das sangrentas rivalidades entre hutus e tutsis.
Apesar das rivalidades, as duas comunidades, lendus e hemas, partilham uma língua comum e uniram-se em casamentos mistos.
Fonte: Noticias ao Minuto
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